O Estado do Piauí registrou, entre 2013 e 2023, a segunda maior alta do país na taxa de homicídios por 100 mil habitantes, segundo o Atlas da Violência 2025, divulgado pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Nesse período, a taxa passou de 18,6 para 22,0 homicídios por 100 mil habitantes, um crescimento de 18,3%, ficando atrás apenas do Amapá, que teve alta de 88,2%.
Em 2023, o Piauí registrou 725 homicídios, número menor que os 794 registrados em 2022. A redução de 8,7% entre 2023 e 2022, no entanto, não apaga a tendência de alta dos últimos anos. A taxa atual do Piauí está acima da média nacional, que foi de 21,2 homicídios por 100 mil habitantes — o menor índice do Brasil nos últimos 11 anos.
O relatório também mostra que, apesar de não figurar entre os estados mais violentos do país, o Piauí tem índices maiores do que todos os estados das regiões Sul e Sudeste, com exceção do Rio de Janeiro (24,3) e do Espírito Santo (27,7). Estados como São Paulo (6,4), Minas Gerais (12,9) e Santa Catarina (8,8) apresentam taxas significativamente inferiores.
O estudo aponta ainda que, embora os homicídios estejam em queda no país, a percepção de insegurança cresceu entre os brasileiros. Crimes digitais, como fraudes e golpes pela internet, explodiram nos últimos anos, somando quase 2 milhões de ocorrências em 2023.
Para especialistas, os dados do Piauí reforçam a necessidade de ações estruturadas em segurança pública, com foco em prevenção, uso de inteligência e integração entre setores. Experiências bem-sucedidas em estados como São Paulo, Espírito Santo e Paraíba mostram que a combinação de planejamento e gestão por resultados pode reduzir a violência de forma sustentável.
O desafio agora é transformar a queda registrada em 2023 em tendência, evitando que o Piauí continue na contramão da redução da violência letal observada no restante do país.