Segunda-feira, 6h. O despertador toca e, antes mesmo de os olhos se abrirem, uma lista de tarefas começa a ser criada: levantar, tomar café, levar o filho à escola, ir ao trabalho, passar no mercado, na academia, arrumar a casa, tomar banho, jantar e voltar para cama. Para dar conta das demandas, as 24 horas passam em ritmo intenso, e corpo e mente só relaxam (ou tentam) de novo na hora de dormir. Essa aceleração parece ser a norma da vida moderna, mas não para um grupo de pessoas: os praticantes do “slow living” ou movimento slow.

Engana-se quem pensa que se trata de preguiçosos. Pelo contrário, as ideias do movimento não se opõem a ambições e desejos profissionais, acadêmicos, familiares, entre outros que exigem dedicação e esforço. No entanto, buscam interromper o “modo automático” e alcançar um equilíbrio para evitar as consequências nocivas, e amplamente conhecidas, dessa “corrida frenética”, que vão desde o adoecimento mental até o risco aumentado para inúmeras doenças.

— Vivemos numa sociedade da aceleração, do cansaço, e no modo automático quase nunca paramos para agir, nós reagimos. O movimento slow propõe entendermos a importância de parar e respeitar nossos ritmos individuais, para vivermos com mais satisfação. Muitas pessoas encaram como ser lento, preguiçoso, mas é sobre ter respeito a si mesmo e, ao desacelerar, conseguir viver o prazer das coisas simples — explica a presidente do Movimento Slow Portugal e fundadora do Sowise time lab, um projeto no país dedicado à sustentabilidade humana, Sofia Pereira.

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