A empresa Piauí Níquel Metais, subsidiária da multinacional Brazilian Nickel, se manifestou oficialmente após a veiculação de matéria no Jornal da Alvorada, que noticiava a instauração de procedimento administrativo pelo Ministério Público para acompanhar o licenciamento ambiental de uma suposta barragem de rejeitos no município de São João do Piauí.

Em nota enviada à Alvorada FM, a empresa negou categoricamente a existência de qualquer projeto ou solicitação de licenciamento voltado à construção de barragens de rejeitos na região. A Brazilian Nickel afirmou que “não requisitou autorização para desenvolver projeto de barragem de rejeitos e não possui planejamento ou estudos em curso voltados a esse tipo de instalação”.

A reportagem da Alvorada FM apurou que, de fato, o que foi licenciado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente em 2023 — e renovado no último dia 12 de maio — foi um projeto de construção de uma adutora para captação de água da Barragem Jenipapo até o município de Capitão Gervásio Oliveira. As obras ainda não foram iniciadas.

A licença ambiental concedida pelo Estado contempla também a implantação de uma estrada vicinal e de uma linha de distribuição de energia com cerca de 27 quilômetros de extensão. A adutora terá capacidade de captar até 13.800 metros cúbicos de água por dia da barragem. Ainda conforme a outorga de uso de recursos hídricos concedida pela Agência Nacional de Águas, a ANA, o volume anual autorizado é de 5.166.504 (cinco milhões, cento e sessenta e seis mil, quinhentos e quatro) metros cúbicos de água da barragem localizada em São João do Piauí.

A título de comparação, a outorga concedida à Codevasf para o projeto de irrigação Marrecas-Jenipapo permite o uso de pouco mais de 1.900.000 (um milhão e novecentos mil) metros cúbicos de água por ano, menos de 40% do volume autorizado para a empresa de níquel.

Ainda segundo a Brazilian Nickel, o Projeto Piauí Níquel, adquirido em 2014, utiliza um processo tecnológico conhecido como lixiviação em pilhas, customizado para a produção de níquel. Esse método prevê o empilhamento de resíduos a seco, o que, segundo a empresa, elimina a necessidade de barragens de rejeitos e aumenta a segurança da operação.

Confira a seguir a íntegra da nota enviada pela Brazilian Nickel:

“A Brazilian Nickel, detentora do Projeto Piauí Níquel, esclarece que não requisitou autorização para desenvolver projeto de barragem de rejeitos e não possui planejamento ou estudos em curso voltados a esse tipo de instalação.

Adquirido em 2014, o Projeto Piauí Níquel trará para o Brasil uma forma inovadora e tecnológica de produzir níquel, por meio de lixiviação em pilhas. Este método, já conhecido no beneficiamento de outros metais, foi customizado para a produção do níquel. Um dos benefícios é o tratamento e empilhamento de resíduo a seco, que traz segurança para a operação e dispensa o uso de barragens de rejeitos.

O Projeto Piauí Níquel está em fase de desenvolvimento, sendo que todas as licenças ambientais necessárias para a fase de construção já foram concedidas pelos órgãos competentes.”

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